sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O USO DA MANDALA EM SALA DE AULA



Uma sala indisciplinada; completamente dispersa; a atenção sempre voltada ao outro, os diálogos ou monólogos sempre ocorrem de forma crítica e negativa. O que fazer?
Encontrei na Mandala uma forma de amenizar o problema, tornando o grupo mais concentrado; desenvolvendo a percepção e a criatividade, enfocando os seguintes conteúdos entre outros:
- Conhecer as formas geométricas.
- Associar mandalas com obras abstratas
- Conhecer as cores
- Conhecer técnicas diversas
- Estudar a História da Arte.
Mas afinal ? O que há de diferente nesta ferramenta que os tornam tão atentos?
Segundo, Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço, idealizador da "Psicologia Analítica", as Mandalas proporcionam o encontro de si mesmo, o que o mesmo chama de Self, o ponto central de uma Mandala , ou seja, o centro organizador da psique.
No Oriente, mandalas são usadas para recompor o ego diante da majestade do Eu interior. A contemplação destas imagens homogêneas, organizadas em torno de um centro, por analogia tende a facilitar a emergência de processos inconscientes, capazes de permear a paz interior da mente que deseja vislumbrar a ordem subjacente no Cosmos, ou que queira abstrair da contemplação algum significado para a existência ou para o milagre da vida.
Sabe-se então que a Mandala faz parte da cultura de diferentes povos e muito tem o que aprender sobre elas. Mas o que importa é que com esta ferramenta pedagógica, pode obter excelentes resultados . Cabe a nós educadores estudarmos e obter mais informações dos aspectos psicológicos para que este recurso possa nos favorecer.
(Márcia Regina Figueira)

domingo, 21 de junho de 2009

O "milagre" das canções.

Ao introduzir o uso constante da música em minhas aulas de do Ensino Fundamental I (1ª á 4ª série) notei uma surpreendente evolução na aprendizagem destes alunos. A música contribui para a formação integral do indivíduo; reverencia os valores culturais; difunde o senso estético; promove a sociabilidade e a expressividade; introduz o sentido de parceria e cooperação; auxilia no desenvolvimento motor; aumenta o repertório de palavras; auxilia na alfabetização e incentiva a leitura. Porém, quando nos deparamos com alunos do ensino Fundamental II (5ª á 8ª série) as dificuldades são maiores. Sendo a adolescência um período caracterizado por grandes inquietações, estes estabelecem com a música uma relação extremamente íntima, uma forte ligação entre suas emoções e a música. Sentindo-se “traídos” em sua intimidade quando o professor apresenta um repertório diferente. Sendo assim deparamos com uma infinidade de preferências musicais e ainda estilos de música preferidos para diferenciar algumas culturas juvenis e oferecer referências ou modelos de identificação. A tentativa em impor um repertório considerado pelo professor ou pais como propício, é quase sempre uma tentativa mal sucedida, levando a uma repulsa ainda maior.Como podemos compreender se não conhecermos minimamente a música que ouvem e apreciam? Este é um grande desafio... romper com as barreiras que diferenciam os estilos musicais e utilizar este valioso recurso a favor da aprendizagem também na adolescência. ( Márcia Regina Figueira/junho de 2006)

sábado, 20 de junho de 2009

" A arte é importante porque ela celebra as estações da Alma, ou algum acontecimento especial na trajetória da Alma.A arte não é só para o indivíduo; não é só um marco da compreensão do próprio indivíduo. Ela é também um mapa para aqueles que virão depois de nós" ( Clarissa Pinkola Estés - Mulheres que correm com os lobos).

sábado, 13 de junho de 2009

Memórias de alfabetização



Caçula de quatro... olhar atento e ouvido afinado nas Estórias de "Ali Babá e os quarenta ladrões "; “Joãozinho e o pé de feijão ” ; livros estes que só podiam ser folheados pela irmã primogênita , que trazia em sua expressão um ar de importante autoridade ; esta nos mostrava com certa distância para que as folhas brilhantes de alta gramatura não fossem tocadas . Ali Babá pouco me cativou. Além da frase ''Abre-te Sésamo!'' que passou a fazer parte das minhas brincadeiras de faz de conta; as ilustrações que se amontoavam entre elas eram interessantes. Mas Joãozinho era encantador; admirava aquele menino de olhos azuis, seus olhos eram tão envolventes que sempre achei que estavam me olhando . Como a Emília de Monteiro Lobato aquele menino foi apresentado pelo ilustrador feito de pano... embora a estória não contasse este segredo , mas eu percebi. Compreendia verdadeiramente a vida de Joãozinho e passei a acompanhar de perto a germinações dos grãos de feijões. Ouvi as mesmas estórias durante anos de minha infância ; era este o acervo disponível..ah !! Claro!!!Não poderia esquecer-me dos lindos livros encorpados, volumosos com letras douradas na capa, estes enfeitavam a velha estante de madeira; meu pai chamava-os de enciclopédias. Eu nem imaginava quais estórias que poderiam ter ali; muito menos quais poderiam ser as figuras guardadas com tanto zelo. Porém ,quando dava “pulinhos” para o meu olhar alcançá-los na estante ; ouvia sempre uma voz que dizia : _“São chatos ; não são para crianças” E assim entendi que se eram de adultos deviam ser chatos mesmo.Cabelos curtos , roupas novas, lancheira ;seis anos completei ; receiei que algo de novo poderia acontecer ; chorei ...muitas lágrimas derramei .O nome era Wilma , eu já havia ouvido falar em bruxas que maltratavam criançinhas , mas será?.Professora que detestava crianças que falavam e que faziam xixi na calça. O que ela gostava? Pelo que eu percebi somente da “Luci”. Luci era sobrinha de uma das professoras da escola e filha de um comerciante local; era bonita; seus cabelos brilhavam muito; seu uniforme sempre cheiroso, passado e novo, devia ter uns três iguais aquele. Muito tempo se passou ; dois anos que em contagem de criança era uma eternidade...ler e escrever era o que se esperava , a cartilha “caminho suave” já estava amassada de tantas tentativas de acertos ,marcadas com borrões feitas com miolo de pão.Porém , o que diziam era que eu nada sabia.A Fada chama-se Lilian Rocha Domingues ; olhar sereno ; voz tranquila ; de mim nada cobrava , apenas elogiava detalhes que ninguem via ...aos poucos construi palavras que traduziam conceitos e emoções ...fadas existem!!! eu tinha toda certeza disso...fadas que transformam crianças em ser pensantes , criativos e capazes de transformar e contar a sua própria história. Varas de condão? Não!!afeto ...apenas .( Márcia Regina Figueira/ 2004)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Arte ao alcance de todos

"Precisamos levar a arte que hoje está circunscrita a um mundo socialmente limitado a se expandir, tornando-se patrimônio da maioria e elevando o nível de qualidade de vida da população."
Ana Mae Barbosa (1991: 6)